A partir de hoje não almoçarei mais ao meio dia.
Nem antes, nem depois.
Na verdade, decreto o almoço abolido da minha vida.
Vou mudar de cores, de ares, de amores.
E nada melhor do que começar rechaçando esse emblemático hábito cinza do cotidiano.
Paradigma dessa sociedade cartesiana, regrada pelo relógio, refém de um mercado de trabalho espúrio, escravizador, compelindo todos, conscientemente ou não, a sucumbir diante de um prato de comida ao meio dia.
Pois, para sua informação, o símbolo de nossa época não é o relógio, muito menos a marca de uma empresa multinacional ou um eletrônico qualquer conectado a uma internet wi-fi.
Nosso símbolo mór é o santo almoço de todos os dias.
Essa prática asquerosa que transforma todo ser humano em gado, preso a um brete psicológico, submetendo nossa fisiologia a um regramento pseudo-necessário.
Se bem que, almoçar um fast food, ao meio dia, no McDonald’s, enquanto navega-se na web em seu celular high-tech é o suprassumo do aprisionamento ao século XXI.
E eu estou me libertando. Definitivamente.
Que venha a baixo a primeira barreira.
Grito aos quatro cantos: ALMOÇO NUNCA MAIS!
Eu só estou esperando meu turno de trabalho acabar agora pela manhã...