Líquida, como o mar,
Passa, rápida, passa.
Um molusco a flutuar,
Mole, leve, de toda a suavidade.
Eu, rijo.
Crista, espelho, areia e espuma,
Bate e bate e bate.
Traga-me o infinito oculto,
O baú de tesouros há muito perdido,
Na breve curvilínea imensidão.
O sorriso, vai-e-vem.
Eu, torso.
Abre o torto bico áspero,
Que encerra o veludo branco-cinza-anis
E rasga pequenas latas de fugidio brilho.
Onde um é sempre dois ou três ou mais.
Eu, monolítico.
Ergue morna brisa,
Retalhos de lugares ao ar.
De cá para lá e de volta,
Carrega a fuligem de confusas partículas a enferrujar.
A redenção pela elevação dos que, sem ser caminho, caminham.
Onde mais são sempre três ou dois ou um.
Eu, inoxidável.
Vã contemplação humana do ininteligível, ousas
Racionalizar o sentimento, sentimentalizar a razão.
Olvidas tua escassa natureza,
Pois és centelha de vida, só.
Eu, me nego.
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